Sílvia Amâncio: Importância cultural e econômica do bordado é tema do Panorama

Segundo estudo do IBGE, o bordado é a atividade artesanal mais difundida no País, embora pouca gente saiba disso. O bordado aparece à frente dos trabalhos em madeira e em barro e, em Minas, é uma atividade econômica presente em 709 municípios.

Além de importante fonte de renda para centenas de famílias mineiras, o bordado é um ofício passado de mãe para filha há alguns séculos, sendo importante registro cultural de uma época. Por tantos motivos, o assunto foi escolhido como tema do Panorama, da TV Assembleia, nesta semana. O programa vai ao ar a partir das 19 horas de quarta-feira (6), à 1 hora da manha de quinta (7) e 7 horas e 18h30 de sábado (9).

Foram convidadas para falar sobre o assunto a pesquisadora da História do Bordado, Maria do Carmo Guimarães Pereira, e a artesã da Central Mãos de Minas, Marilene Alair. As duas participantes defenderam mais incentivos à formação de mão de obra e de cursos profissionalizantes para não deixar que esse ofício se perca com o tempo.

"A geração de hoje está muito técnica, informatizada, não tem tempo para ficar ali, ponto a ponto, esperando nascer um bordado. A ideia de uma escola para ensinar essa técnica é muito boa para formar novos talentos e para não deixar perder essa tradição", explica Marilene. Já Maria do Carmo lembrou que o bordado é um ofício que, no passado, era executado pelos homens e que as mulheres os ajudavam, mas pouco apareciam.

Com profundos conhecimentos da história do bordado, Maria do Carmo destacou ainda a importância artística da atividade. "O bordado é a única das artes que é permitido ver o avesso dela. O capricho de uma bordadeira e a qualidade do trabalho são conferidos pelo avesso."

Fonte: ALMG

Uma pessoa de talento

Você já parou para pensar qual é o seu talento? Ou melhor, já parou para pensar se conhece alguém realmente talentoso?

Todo mundo possui algum tipo de talento, habilidade ou criatividade para executar um determinado trabalho, alguns mais e outros menos, é claro, mas todo mundo tem capacidade para fazer algo e fazer bem feito. Basta querer.

A primeira pessoa que me veio à mente quando me fiz essas perguntas foi a minha tia Sílvia, uma pessoa extremamente talentosa, hábil e criativa. Ela consegue transformar pequenos pedaços de panos em verdadeiras obras de arte.

Como isso é possível? Ela usa sua habilidade e criatividade para escolher, recortar, juntar e costurar esses paninhos, fazendo com que eles se tornem a maior prova de seu talento, em uma expressão de arte que se chama patchwork.

Não me recordo exatamente quando ela começou a se interessar por esse tipo de trabalho, creio que foi há uns dez anos atrás. Ela já costurava roupas como qualquer costureira, mas não sabia que seu grande talento era a arte de emendar retalhos.

No começo, ela era apenas mais uma aluna do curso básico apta para aprender a técnica de juntar os pedaços de pano (é isso mesmo, existe uma técnica para aprender a emendar os tais paninhos!).

“Se uma colcha for feita juntando os retalhos aleatoriamente, não é uma colcha de patchwork e sim, uma simples colcha de retalhos”, ela dizia. A maioria das pessoas desconhece esse tipo de trabalho e confunde essa verdadeira obra de arte com uma simples costura.

Logo depois de ter feito o curso e se apaixonado, ela começou a dar aulas, onde também expõe seus trabalhos. Foi um grande salto em sua vida. Ela deixou de ser uma simples aposentada entendiada e se tornou uma grande artista. Seus trabalhos são feitos com carinho, entusiasmo e amor.

Muito amor, pois através de suas “peças” ela consegue passar uma mensagem, seja de carinho, felicidade, nostalgia e até mesmo um pouco de história.

Acompanhando o seu trabalho de perto, posso ver como é difícil fazer esse tipo de artesanato. Primeiramente, ela escolhe o desenho, depois escolhe as cores dos retalhos para que eles combinem entre si, corta, encaixa, costura daqui, quilta dali, observa se está tudo encaixadinho, e às vezes desmancha tudo e faz de novo, e nunca se cansa de ficar sentada por horas atrás da máquina.

O talento é uma joia bruta, que precisa ser lapidada para ficar cada dia melhor e muitas vezes, precisa da ajuda de outras pessoas, também talentosas. No caso de minha tia Sílvia, ela conta com a parceria “meninas” muito criativas e competentes no que fazem. Elas são como as linhas que unem os tecidos, para formarem uma verdadeira obra de arte em retalhos.

E elas criam essa arte com muita dedicação. Uma vai aprendendo com a outra detalhes e macetes para aprimorar seus trabalhos, que são admirados por todos aqueles que têm a oportunidade de ver.

Já até cansei de presenciar a expressão de deslumbre no rosto das pessoas, quando elas vêem algum trabalho feito por essas artesãs!

Para mim, que convivo com o talento de minha tia há tanto tempo, é um privilégio acompanhar o nascimento, a infância, a puberdade, a maturidade, mas nunca o envelhecimento de sua criatividade e competência.

Sei que ela estará sempre reinventando e criando novas formas e aplicações em seus trabalhos, para continuar junto com suas companheiras de “quilt” a encantar pessoas como eu, que nem se quer sabe pegar na agulha para pregar um mero botão, quanto mais transformar pequenos patches em verdadeiros quadros da mais pura e bela arte.

(Por Sílvia Amâncio, sobrinha)

Um comentário:

Departamento de Missoes em Palestina disse...: ola

Meu nome é Cleberson, sou estudante de Psicologia e formaçao em Psicanalise. Estou escevendo um artigo sobre Uma Analogia entre o inconsciente e a musica: O QUE EU NÃO CONHEÇO de Jorge Vercillo. Existe um trecho da musica que dis:

O mais importante do bordado
É o avesso, é o avesso

gostaria de saber mais sobre essa importancia e mais sobre Maria do Carmo citada por voce, quando fala: "O bordado é a única das artes que é permitido ver o avesso dela. O capricho de uma bordadeira e a qualidade do trabalho são conferidos pelo avesso."

segue abaixo meu e-mail:
clebersonalves22@hotmail.com; 22 de setembro de 2012 às 22:22

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